Os Pais na Educação dos Filhos


Educar é preciso ou... Toma que o filho é teu

         É muito comum ouvirmos nos meios de comunicação que nossas crianças e jovens precisam conhecer mais sobre isso ou aquilo. Basta surgir um assunto que chame a atenção das pessoas em geral para que isso aconteça. E sim, nossas crianças e jovens precisam se inteirar a cerca do que ocorre, não há como discordar disso.

         Mas há algo de peculiar nessas situações, pois é esperado que todas as facetas da vida sejam tratadas nas escolas. E quando digo todas minha intenção é realmente fazer ampla e irrestrita referência aos assuntos que permeiam a sociedade e que, podemos afirmar, bombardeiam todos.

         A questão que proponho para reflexão é sobre o papel dos pais perante a educação dos filhos, pois a escola pode e, com certeza, deve tratar sobre os assuntos diversos da sociedade, porém, são os pais os primeiros responsáveis nessa dinâmica. Crianças e jovens que não encontram diálogo no lar, não respeitam e nem levam em consideração o que é dito na escola. Isto ocorre porque os filhos reconhecem os pais, e somente eles, como seus educadores e neles têm seus referenciais. Caso haja diálogo no lar a escola surge na vida das crianças e jovens como entidade de apoio. Caso os pais sejam omissos na educação dos filhos e consideram que a escola é que deve ensinar tudo, o resultado é o esperado; crianças e jovens sem rumo, perdidos em opiniões, em atitudes, ora pendendo para um lado, ora para outro.

O velho ditado toma que o filho é teu e que outrora se referia ao reconhecimento da paternidade, pode presentemente, ser utilizado para papais e mamães a fim de que tomem para si, incondicionalmente, a educação dos seus filhos. Com diálogo, com carinho, mas, com firmeza, com clareza, com honestidade, sem inseguranças. E para se tornarem pais sem inseguranças boas leituras e diálogos com outros pais somente enriquecem a convivência com os filhos. E é muito importante destacar que pais interessados na educação dos filhos conseguem perceber os que não são.
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O lúdico Na aprendizagem
        
Professores são bem cientes do quanto a motivação é importante para a aprendizagem e por conta disso promovem brincadeiras, das mais variadas categorias, no processo de ensinar. Porém, como é bom lembrar que o lúdico, ou seja, a brincadeira, também é um ótimo mecanismo para ser utilizado no lar - dos pais para com os filhos - para a aprendizagem dos afazeres do dia a dia, como a arrumação dos brinquedos ou qualquer outra.

Evidentemente, um professor já tem sua aula preparada com as brincadeiras que irá promover, ma no lar a situação não é a mesma da que se desenvolve na sala de aula. Claro está que aos pais não cabe o mesmo papel. Contudo, há um ponto de união que é o posicionamento, isto é, a ideia de lançar mão do aspecto lúdico em vários momentos ao educar. Por exemplo, é boa pedida promover uma “corrida de brinquedos” para que tudo seja guardado no devido lugar. A fantasia também marca seu ponto. Fazer de conta que se é um “supervisor” para verificar se as roupas foram guardadas é outra boa ideia. E o “supervisor” na situação seria a criança. Troca de papeis como esse, no qual se é uma autoridade, é muito interessante. A ideia é usar de brincadeiras quando se é possível, ou seja, quando se percebe que o momento é propício. Com o tempo, a própria criança pedirá para brincar assim. 
   
Além da aprendizagem do que se deseja seja aprendido, há na brincadeira a oportunidade da criança se expressar oralmente, de praticar o entendimento, a interpretação por meio do “faz de conta”, a memorização bem como perceber-se capaz e sentir-se bem com isso.

O lúdico é utilizado desde tempos remotos e essa prática antiga comprova sua eficácia. Adultos também têm vantagens ao aprender algo novo utilizando-se brincadeiras. Ao aprender um novo idioma muitas brincadeiras surgirão em sala de aula ou no próprio livro didático.
Brincar é prazeroso e nosso cérebro gosta muito disso.

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Ser pai e mãe ou ser amiguinho do filho?

O título que carrega a pergunta implica sim em uma escolha.

         Muitos e muitos pais têm dúvidas sobre seu papel perante os filhos. Esse sentimento advém da insegurança já presente em vários setores da vida que envolve relacionamento pessoal.  E o comportamento é desculpado de maneiras diversas. Há os que temem perder a confiança dos filhos. Há os que têm medo de impor limites a eles, pois acreditam que tal atitude os afastará de si. Há os que julgam que qualquer atitude que tomarem em relação aos filhos, lhes causará traumas irreversíveis. Isso é um engano, é bom que se diga. Enfim... O temor de perder o amor dos filhos faz com que o papel de pai e mãe torne-se um pesadelo e o resultado disso é que a situação de relação diária tende a ser tensa, cansativa e leva os filhos à insegurança. Exatamente o que é tão temido por muitos pais, acaba acontecendo.

         Vamos por pequenas partes revelar posicionamentos que interferem na educação dos filhos.

         Seu filho não é um projeto este é um pensamento que deve se tornar um princípio na sua vida. Por mais que você o cerque do melhor que há no mundo, ele terá suas escolhas que serão somente dele.

         Pai e mãe estão investidos desse papel desde o nascimento do filho - Durante todo o crescimento e desenvolvimento dele, ele espera poder encontrar nos pais exatamente o que eles se tornaram: pai e mãe. Os amigos do seu filho constituem para ele outro tipo de investimento emocional para o qual há um tipo característico de conversa, de brincadeira, de envolvimento e tudo isso é muito diferente do que acontece entre pais e filhos. Aceitar o papel de pai e de mãe na constelação familiar é um ponto de partida positivo e libertador. Mesmo que os pais não vivam na mesma casa.

         Há pais-amigos - provavelmente são pessoas que sabem ouvir, um comportamento típico entre amigos, mas não deixam de se pronunciar, de se fazerem presentes, de indicar caminhos, de darem orientações, de não perderem a autoridade - você notou que a palavra “pais” vem antes? Quem já tem experiência de vida está mais apto a dar orientações. Mas não tente, da noite para o dia, mudar seu modo de ser com a preocupação de desejar ser um pai-amigo ou uma mãe-amiga. O foco não é esse. Direcione sua preocupação para ser um bom pai ou uma boa mãe. Isso se consegue com diálogos em família, informações, leituras. E jamais se esqueça de você mesmo. Lembre-se de fazer o que agrada a você, o que lhe dá prazer. Isso contribui para a qualidade de vida além de ser um exemplo para os filhos.

         Não se vista ou fale como se você fosse da idade do seu filho esta é a maneira mais curta do seu filho se afastar de você, ou pelo menos desejar que isso aconteça. Principalmente os adolescentes, apresentam comportamentos para se diferenciarem da fase infantil, porém não querem ser como os pais nesse momento da vida deles, querem pertencer à roda de amigos. Isso é perfeitamente comum. Desde que eles não andem na contra mão dos princípios familiares, devem ser respeitados.


         Não delegue à escola aquilo que é seu dever - quem teve filhos foram vocês, pai e mãe, não foi a escola. Esta recebe seus filhos e o papel dela é ensinar a educação formal, transmitir e discutir o conhecimento acumulado pela humanidade. E nela seus filhos desenvolverão habilidades sociais e estarão cercados de amiguinhos.    Já o papel dos pais é para a vida toda, não dura um ano letivo e nem tem férias ou feriados. Contudo, a educação desenvolvida no lar será levada para a escola e sofrerá interferências as mais diversas. Tudo isso contribuirá para que seu filho seja único, ímpar. 




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Inicio de ano, bom momento para educar


Claro que educar é ação para pôr-se em prática o ano todo com os pequenos, os jovenzinhos, os que estão ingressando na fase adulta e, por que não dizer que educação é ação para a vida toda? E que não vale somente para os outros e sim para nós mesmos; sempre é bom lembrar.

A vida é pontilhada de datas e tempos que se reiniciam. Mesmo que se tenha períodos já bem vividos e por isso estejam carregados de experiências, esses reinícios sempre vêm com novidades. A vida nos impõe novos caminhos, novas perspectivas, alternativas diferentes de pensamento. O que se deve evitar é negar que a novidade esteja ocorrendo na sua vida agora, neste momento presente.
Para educar é preciso estar atento a si mesmo. O velho dito popular Faça o que digo, não faça o que faço, é falácia para quem o emprega; os filhos percebem e nada dá certo.

Quer que seus filhos cumpram as responsabilidades escolares? Seja você uma pessoa responsável pelo que faz. No trabalho e no lar. Planeje sua vida e de sua família, mas não deixe escapar os momentos inesperados de alegrias.

Espera sinceridade de seus filhos? Seja sincero ao falar. Não tenha receio de mostrar-se fragilizado. Claro que você não vai trocar ideias sobre alguma desavença no trabalho com seu filho de 5 anos. Porém, dizer a ele que você está aborrecido com uma situação e por isso vai ficar pensativo e que não é por causa dele, é uma boa saída e demonstra que você tem sentimentos. E se seu filho já é um jovem, ele certamente já pode conversar com você nesses momentos.

Deseja que seus filhos deem valor ao esforço que você faz para mantê-los? Dê valor a tudo que você proporciona a eles e a você mesmo, quer sejam coisas materiais, quer sejam ações que levam ao divertimento e ao acesso à cultura. Na prática significa fazer tudo acreditando que é o melhor, agir com certeza e, principalmente, expondo o quanto é bom poder desfrutar disso ou daquilo.
Lembre-se de ser feliz, de fazer coisas das quais você gosta. Não esqueça que a vida não é um dar-se constante; é também receber com satisfação. Não se anule; agregue-se à família e aos amigos.


Na medida em que você é feliz,
seus filhos terão grandes chances de serem também.

Aposte no prazer de viver para educar.

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