Educar é preciso ou... Toma que o
filho é teu
É
muito comum ouvirmos nos meios de comunicação que nossas crianças e jovens precisam
conhecer mais sobre isso ou aquilo. Basta surgir um assunto que chame a atenção
das pessoas em geral para que isso aconteça. E sim, nossas crianças e jovens
precisam se inteirar a cerca do que ocorre, não há como discordar disso.
Mas
há algo de peculiar nessas situações, pois é esperado que todas as facetas da
vida sejam tratadas nas escolas. E quando digo todas minha intenção é realmente
fazer ampla e irrestrita referência aos assuntos que permeiam a sociedade e que,
podemos afirmar, bombardeiam todos.
A
questão que proponho para reflexão é sobre o papel dos pais perante a educação
dos filhos, pois a escola pode e, com certeza, deve tratar sobre os assuntos
diversos da sociedade, porém, são os pais os primeiros responsáveis nessa
dinâmica. Crianças e jovens que não encontram diálogo no lar, não respeitam e
nem levam em consideração o que é dito na escola. Isto ocorre porque os filhos reconhecem os pais, e somente eles, como
seus educadores e neles têm seus referenciais. Caso haja diálogo no lar a
escola surge na vida das crianças e jovens como entidade de apoio. Caso os pais
sejam omissos na educação dos filhos e consideram que a escola é que deve
ensinar tudo, o resultado é o esperado; crianças e jovens sem rumo, perdidos em
opiniões, em atitudes, ora pendendo para um lado, ora para outro.
O velho ditado toma que o filho é teu e que outrora se
referia ao reconhecimento da paternidade, pode presentemente, ser utilizado para
papais e mamães a fim de que tomem para si, incondicionalmente, a educação dos
seus filhos. Com diálogo, com carinho, mas, com firmeza, com clareza, com honestidade,
sem inseguranças. E para se tornarem pais sem inseguranças boas leituras e diálogos
com outros pais somente enriquecem a convivência com os filhos. E é muito
importante destacar que pais interessados na educação dos filhos conseguem
perceber os que não são.
***************************************O lúdico Na aprendizagem
Professores são bem cientes do
quanto a motivação é importante para a aprendizagem e por conta disso promovem
brincadeiras, das mais variadas categorias, no processo de ensinar. Porém, como
é bom lembrar que o lúdico, ou seja, a brincadeira, também é um ótimo mecanismo
para ser utilizado no lar - dos pais para com os filhos - para a aprendizagem
dos afazeres do dia a dia, como a arrumação dos brinquedos ou qualquer outra.
Evidentemente,
um professor já tem sua aula preparada com as brincadeiras que irá promover, ma
no lar a situação não é a mesma da que se desenvolve na sala de aula. Claro
está que aos pais não cabe o mesmo papel. Contudo, há um ponto de união que é o
posicionamento, isto é, a ideia de lançar mão do aspecto lúdico em vários
momentos ao educar. Por exemplo, é boa pedida promover uma “corrida de
brinquedos” para que tudo seja guardado no devido lugar. A fantasia também
marca seu ponto. Fazer de conta que se é um “supervisor” para verificar se as
roupas foram guardadas é outra boa ideia. E o “supervisor” na situação seria a
criança. Troca de papeis como esse, no qual se é uma autoridade, é muito
interessante. A ideia é usar de brincadeiras quando se é possível, ou seja, quando
se percebe que o momento é propício. Com o tempo, a própria criança pedirá para
brincar assim.
Além
da aprendizagem do que se deseja seja aprendido, há na brincadeira a
oportunidade da criança se expressar oralmente, de praticar o entendimento, a
interpretação por meio do “faz de conta”, a memorização bem como perceber-se
capaz e sentir-se bem com isso.
O
lúdico é utilizado desde tempos remotos e essa prática antiga comprova sua
eficácia. Adultos também têm vantagens ao aprender algo novo utilizando-se
brincadeiras. Ao aprender um novo idioma muitas brincadeiras surgirão em sala
de aula ou no próprio livro didático.
Brincar
é prazeroso e nosso cérebro gosta muito disso.
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Ser pai e mãe ou ser amiguinho do filho?
O título que carrega a pergunta implica sim
em uma escolha.
Muitos
e muitos pais têm dúvidas sobre seu papel perante os filhos. Esse sentimento
advém da insegurança já presente em vários setores da vida que envolve
relacionamento pessoal. E o
comportamento é desculpado de maneiras diversas. Há os que temem perder a
confiança dos filhos. Há os que têm medo de impor limites a eles, pois
acreditam que tal atitude os afastará de si. Há os que julgam que qualquer
atitude que tomarem em relação aos filhos, lhes causará traumas irreversíveis. Isso
é um engano, é bom que se diga. Enfim... O temor de perder o amor dos filhos
faz com que o papel de pai e mãe torne-se um pesadelo e o resultado disso é que
a situação de relação diária tende a ser tensa, cansativa e leva os filhos à
insegurança. Exatamente o que é tão temido por muitos pais, acaba acontecendo.
Vamos
por pequenas partes revelar posicionamentos que interferem na educação dos
filhos.
Seu filho não é um projeto – este é um
pensamento que deve se tornar um princípio na sua vida. Por mais que você o
cerque do melhor que há no mundo, ele terá suas escolhas que serão somente
dele.
Pai e mãe estão investidos
desse papel desde o nascimento do filho - Durante todo o crescimento e desenvolvimento dele, ele
espera poder encontrar nos pais exatamente o que eles se tornaram: pai e mãe. Os amigos do seu filho constituem para ele outro tipo de investimento
emocional para o qual há um tipo característico de conversa, de brincadeira, de
envolvimento e tudo isso é muito diferente do que acontece entre pais e filhos.
Aceitar o papel de pai e de mãe na constelação familiar é um ponto de partida
positivo e libertador. Mesmo que os pais não vivam na mesma casa.
Há pais-amigos - provavelmente são
pessoas que sabem ouvir, um comportamento típico entre amigos, mas não deixam
de se pronunciar, de se fazerem presentes, de indicar caminhos, de darem
orientações, de não perderem a autoridade - você
notou que a palavra “pais” vem antes? Quem já tem experiência de vida está
mais apto a dar orientações. Mas não tente, da noite para o dia, mudar seu modo
de ser com a preocupação de desejar ser um pai-amigo ou uma mãe-amiga. O foco
não é esse. Direcione sua preocupação para ser um bom pai ou uma boa mãe. Isso
se consegue com diálogos em família, informações, leituras. E jamais se esqueça
de você mesmo. Lembre-se de fazer o que agrada a você, o que lhe dá prazer.
Isso contribui para a qualidade de vida além de ser um exemplo para os filhos.
Não se vista ou fale como se você fosse da
idade do seu filho – esta é a maneira mais curta do seu filho se afastar de
você, ou pelo menos desejar que isso aconteça. Principalmente os adolescentes,
apresentam comportamentos para se diferenciarem da fase infantil, porém não
querem ser como os pais nesse momento da vida deles, querem pertencer à roda de
amigos. Isso é perfeitamente comum.
Desde que eles não andem na contra mão dos princípios familiares, devem ser
respeitados.
Não delegue à escola aquilo que é seu dever
- quem teve filhos foram vocês, pai e mãe, não foi a escola. Esta recebe seus
filhos e o papel dela é ensinar a educação formal, transmitir e discutir o
conhecimento acumulado pela humanidade. E nela seus filhos desenvolverão
habilidades sociais e estarão cercados de amiguinhos. Já o papel dos pais é para a vida toda, não
dura um ano letivo e nem tem férias ou feriados. Contudo, a educação
desenvolvida no lar será levada para a escola e sofrerá interferências as mais
diversas. Tudo isso contribuirá para que seu filho seja único, ímpar.
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Inicio de ano, bom
momento para educar
Claro que educar
é ação para pôr-se em prática o ano todo com os pequenos, os jovenzinhos, os
que estão ingressando na fase adulta e, por que não dizer que educação
é ação para a vida toda? E que não vale somente para os outros e sim para nós
mesmos; sempre é bom lembrar.
A vida é pontilhada de
datas e tempos que se reiniciam. Mesmo que se tenha períodos já bem vividos e
por isso estejam carregados de experiências, esses reinícios sempre vêm com
novidades. A vida nos impõe novos caminhos, novas perspectivas, alternativas
diferentes de pensamento. O que se deve evitar é negar que a novidade esteja
ocorrendo na sua vida agora, neste momento presente.
Para educar
é preciso estar atento a si mesmo. O velho dito popular Faça o que digo, não faça o que faço, é falácia para quem o
emprega; os filhos percebem e nada dá certo.
Quer que seus filhos
cumpram as responsabilidades escolares? Seja você uma pessoa responsável pelo
que faz. No trabalho e no lar. Planeje sua vida e de sua família, mas não deixe
escapar os momentos inesperados de alegrias.
Espera sinceridade de
seus filhos? Seja sincero ao falar. Não tenha receio de mostrar-se fragilizado.
Claro que você não vai trocar ideias sobre alguma desavença no trabalho com seu
filho de 5 anos. Porém, dizer a ele que você está aborrecido com uma situação e
por isso vai ficar pensativo e que não é por causa dele, é uma boa saída e
demonstra que você tem sentimentos. E se seu filho já é um jovem, ele
certamente já pode conversar com você nesses momentos.
Deseja que seus filhos
deem valor ao esforço que você faz para mantê-los? Dê valor a tudo que você
proporciona a eles e a você mesmo, quer sejam coisas materiais, quer sejam
ações que levam ao divertimento e ao acesso à cultura. Na prática significa
fazer tudo acreditando que é o melhor, agir com certeza e, principalmente,
expondo o quanto é bom poder desfrutar disso ou daquilo.
Lembre-se de ser feliz,
de fazer coisas das quais você gosta. Não esqueça que a vida não é um dar-se
constante; é também receber com satisfação. Não se anule; agregue-se à família
e aos amigos.
Na medida em que você é feliz,
seus filhos terão grandes chances de
serem também.
Aposte no prazer de viver para educar.
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