Ler requer habilidades, mas escrever
requer ainda mais
São muitas as pessoas que se deparam
com dificuldades quando precisam escrever um bilhete, um aviso, um recado...
Que dizer quando as pessoas são estudantes e precisam desenvolver um tema para
compor um texto?
Aqui está uma triste informação sobre a
nota dos alunos em Redação, no Enem 2014.
Entre os alunos participantes, 529.374 obtiveram nota zero na redação da prova (8,5% dos candidatos). Deste número, foram anuladas 248.471 redações. O MEC informou ainda que 250 candidatos tiveram nota mil na redação – a máxima possível. Além disso, pouco mais de 35 mil alunos obtiveram notas entre 901 e 999.
Essa informação requer mobilização das
escolas e dos estudantes, e não exclui a participação dos pais. Contudo,
podemos refletir. Será que devemos escrever somente quando somos obrigados? Ou
podemos descobrir prazer na escrita?
Talvez se o ato de escrever fosse mais
frequente no dia a dia, talvez se nos dispuséssemos a escrever o que nos vem à
mente como uma chuva de palavras, talvez se cultivássemos o hábito de ter um diário
para registrar nossas impressões do dia que passamos, talvez se tantos outros
hábitos fossem relacionados à escrita, não teríamos de nos preocupar tanto com
o desenvolvimento dela e sua nota de corte em Redação no Enem.
Qual destas figuras você relaciona com o
ato de escrever um texto?
Não há uma resposta que possa ser apontada como correta para a pergunta feita.
O que é preciso observar é que sua escolha está relacionada à ideia que você alimenta sobre o ato de escrever.
Observações
Um erro comum é isolar
o ato de escrever, isto é, retirá-lo do contexto em que transcorre o cotidiano.
Escreve-se com certa regularidade; no celular, por exemplo, e no caderno, no
livro. Ao perceber que você escreve sim, você mesmo rompe uma barreira. Vamos juntos analisar algumas
observações e algumas dicas, que poderão ser postas em prática no ato de
escrever.
Ninguém escreve sobre o que não sabe. Veja, se alguém dá a você uma notícia inédita, você, imediatamente, questionará. O quê? Como assim?... Por quê?, para se inteirar do fato. Leve esta ideia para a escrita. Se você desconhece o que sustenta um determinado assunto, como poderá escrever sobre ele?
Se você não é convidado a escrever com regularidade, provavelmente
não o fará de livre vontade, a menos que tenha gosto pela escrita o que é
bastante desejável. O papel da escola é fundamental neste ponto. Escrever requer prática e para que essa prática não se torne
enfadonha é preciso que se escreva de tudo. Poema, conto, crônica, textos de
ficção, argumentativo, de mistério, notícias, artigos... e sempre, com todas as
regras que cada gênero exige.
É preciso haver um parecer sobre sua escrita de alguém capacitado. Isto significa que o papel do professor é de extrema importância. Ninguém escreve para o professor, mas é ele quem está apto a verificar a qualidade do que foi escrito. Para tornar a situação de escrever prazerosa, um texto pode ser escrito a duas, três, quatro mãos, desde que não seja sempre assim.
Dicas
Não tem como fugir desta e é a principal:
A frase é tão
simples que requer poucas palavras. Como disse Leonardo da Vinci, “A
simplicidade é o último grau de sofisticação”, pensamento que dá força à frase. Ao ler
diariamente - livros, revistas, notícias, biografias, comentários de
especialistas, manuais, gibis, jornal do bairro, blogs de colunistas etc... - se adquire
conhecimento sobre tudo que nos cerca e tudo que está acontecendo no
mundo. Mas é preciso pensar sobre o que se lê. E, melhor ainda, é preciso
discutir o que se lê, na escola, no lar, na roda de amigos, pelo celular ou
presencialmente, o que agrega emoção. Ao discutir o que se lê deixa-se de ser
apenas um repetidor das ideias dos outros e passa-se a ser um pensador e
curioso. Saiba quem está escrevendo o que você lê. Desenvolva seu senso
crítico. Ler desperta a curiosidade e o conhecimento só aumenta, como uma bola
de neve. Quem lê, tem argumentos para escrever - O contrário é verdadeiro.
Escrever sobre o que se
deseja dá prazer e ao mesmo tempo é um treino para encadear as ideias dentro de
um texto ou poema. Tenha em mãos um diário ou construa um Blog. Participe do jornal da
escola, se não tiver um, proponha. É um trabalho a ser realizado em
equipe e que envolve a escrita em todas as etapas. Peça ajuda ao professor. Ele
certamente, colaborará com satisfação.
Escrever não se resume em pegar papel e lápis ou em ligar o notebook e digitar.
Conhecer a Língua
Portuguesa, o idioma da nação onde você vive, é mais útil do que falar Inglês,
apesar da mídia apregoar o contrário. Onde quer que você vá no seu país,
trabalhar, expor um tema, discursar, divertir-se, o idioma que você usará é o
da sua nação, o Português. E os que se comunicam bem, porque usam uma linguagem
coerente chamam a atenção de maneira positiva. Para a comunicação escrita é
desejável que se conheça ortografia. Mas não é preciso dominar todas as
palavras. Para isso, se recorre aos dicionários em papel ou on line; é um ótimo
hábito. Escreva várias vezes as palavras que você costuma errar, brinque com as
palavras, treine a memória. Experimente ler o que você escreve e observe se a
pontuação está de acordo com o que você quis transmitir. Peça ajuda ao
professor, aprenda e consulte seus livros; eles foram elaborados por
especialistas no assunto.
Escrever não é uma técnica; é um ato de expressão que pode se tornar belo, útil, científico, misterioso... depende do conhecimento.
Poema de autoria de Clarice Freire
http://www.casosacasoselivros.com/2015/03/diminuindo-gravidade-das-coisas-po-de.html
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Primeiramente, é preciso que se ressalte que a orientação para que se estude deve ser complementada com indicações das maneiras de como se faz isso. As escolas devem ficar atentas para não usarem clichês que em nada vão auxiliar os estudantes. Um guia de como se estuda é de grande valia, se for feito juntamente com os interessados que podem contribuir com sugestões e depoimentos. Assim se garante o interesse e se promove o autoconhecimento. Aqui fica um alerta para que não se deixe a elaboração de um guia para estudos somente com as sugestões dos alunos; a participação dos professores deve ser significativa e agregar valor ao procedimento.
Estudar significa adquirir conhecimento. Porém, quando se usa a expressão “Estudar mais”, significa que é necessário mais empenho.
Para que o estudo tenha sucesso é necessário se estabelecer uma relação emocional com a situação de estudar. Quais sentimentos estão envolvidos nos momentos de estudo? Seja qual for a resposta, é interessante que leve a uma reflexão, pois contribuirá para o autoconhecimento. Não se trata de estudar isto ou aquilo; trata-se de desenvolver uma visão abrangente, global, sobre a postura de estudar. Não alimentar ideias desestimulantes em relação a esse assunto é de grande valia. Com uma postura otimista é mais fácil descobrir o prazer de se dedicar ao estudo.
Aí vão algumas dicas para que o ato de estudar seja prazeroso, ou pelo menos não cause aversão.
Durante as aulas, tenha a atenção focada em quem está ensinando, ou seja, o professor. Faça anotações que podem ser algumas palavras apenas. Isso promove um comprometimento em acompanhar o assunto. Seu inconsciente registra o que você estiver ouvindo. Dê chance a ele e foque a atenção. Quando você precisar se lembrar, será mais fácil.
Em casa, leia integralmente sobre o tema a ser estudado. Ler em voz alta é benéfico, pois implica num ritmo mais lento e, consequentemente, mais atenção. Vá anotando palavras que achar interessantes durante a leitura. Com elas forme frases sobre o que leu e depois verifique o acerto. Retome a leitura.
Já tentou elaborar um mapa conceitual? Após ler integralmente o tema, escreva palavras que devem ser ligadas a outras e vá assim formando uma teia em torno do tema. Volte à leitura. Com o hábito de fazer mapas conceituais você poderá utilizá-los para fazer retomadas antes das provas, então guarde-os após o estudo. Exemplos de mapas conceituais:
Vamos continuar?
podem faltar. Elabore uma tabela semanal antecipadamente.
Seja dono dos seus horários
Faça intervalos durante o estudo de no máximo 10 minutos. Levante, espreguice-se, tome um suco, ouça uma música. E volte. Aprecie em si mesmo a atitude de voltar ao estudo.
Dedique-se aos assuntos que foram apresentados a você na escola, no mesmo dia. Não espere que o professor marque provas; corte essa dependência e seja dono do seu conhecimento.
Alguns hábitos são tão importantes que vale a pena relembrar:
·Tire uma soneca antes de estudar; melhora o desempenho.
·Alimente-se antes de estudar.
·Pratique algum esporte e tenha tempo para o laser.
·Tenha horário para dormir.
O aspecto essencial de se estudar é ser dono do próprio conhecimento. Se você aprecia um assunto, leia sobre ele, converse com outras pessoas que sabem mais do que você. Faça perguntas. Seja curioso. Pesquise e construa um Blog que explore esse assunto que você aprecia ou elabore um álbum.
Atitudes ligadas à aquisição de um conhecimento prazeroso abrirão as portas para outros assuntos. A Escola ensina, mas o caminho para o estudo é você quem faz. Agora, reveja o guia de estudos e acrescente algo de sua autoria.
Se há algo que faz professores e pais convergirem para mesma opinião, é o uso educativo da Internet. Os dois grupos gostariam de ver suas crianças aproveitando o computador para acessar jogos educativos.
Isso é possível. Mas para que aconteça a contento é preciso agregar algumas medidas muito importantes.
Relembrando a regra número 1: verificar, antecipadamente, o conteúdo que será acessado pela criança. Convém observar também as ofertas comerciais que fazem parte dos sites e que se localizam nas laterais. Aproveite esse momento e eduque a criança para estar alerta quanto a isso e não fazer escolhas sem a prévia anuência dos responsáveis. A regra número 1 vale para qualquer ambiente virtual que a criança acessa e inclui os sites de jogos educativos, reafirmando.
Jogar junto é uma atitude a ser investigada, antes de se deixar a criança em companhia do computador somente. Isso porque a interação facilita a aprendizagem, promove o entendimento do jogo, a participação mais efetiva da criança, que se sente valorizada e mais segura. E, muito importante, evita-se o clic-clic-clic, aqui, ali, sem intenção certa, que não leva ao aprendizado. A palavra interativo, muito usada nos jogos virtuais, serve para indicar que a pessoa não é mera assistente, mas participa dos jogos. Porém, atenção! Nada substitui a interação da criança com seus pais ou professores ao jogar.
Aproveitar os jogos virtuais para reforçar a escrita à mão, por exemplo, também é atitude certeira. Sabe-se hoje que a caligrafia, ativa áreas cerebrais responsáveis pela memória. Então, ao se formar uma palavra, num jogo de formação de palavras, de caça-palavras, de palavras cruzadas, por que não reescrever a palavra descoberta num caderno especial? Aqui, vale o incentivo verbal, o sorriso de orgulho sincero pelo êxito conquistado pela criança.
Clicando aqui você encontra o site Escola Games. Em questão, formação de palavras. Bom jogo, fazendo um bom proveito dele!
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Ano escolar iniciando, mas com os pés no chão.
Passado o ano letivo de 2013, todos se animam para um novo início de período escolar. As crianças, os adolescentes, os pais. Novos investimentos são realizados, e em particular aqueles que pertencem à área delicada da formação educacional. Para isso todas as fichas são depositadas, pois costumamos crer que a vitória é garantida nesse aspecto. Se algo não deu certo na aprendizagem durante o ano que se foi e até em anos anteriores, é comum confiarmos que tudo será diferente e melhor.
Pensar positivamente tem papel importante em nossa vida, pois nos impulsiona para o enfrentamento do cotidiano de dias amenos e de dias desgastantes.
Contudo, mas sem deixar o otimismo de lado, é preciso cautela nas expectativas do ano escolar, caso o aprendente tenha apresentado dificuldades constantes em anos anteriores na aquisição de novos conhecimentos.
Muitas crianças enfrentam desafios inadequados para suas habilidades, na escola. Quantos esforços são despendidos! Mas, quanto desse processo é realmente proveitoso para a aprendizagem? Sabemos que as escolas são aparelhadas para um sistema organizado que inclui assistência para que se evite a reprovação escolar. Infelizmente, esse sistema admite o passar a qualquer custo.
Cabe aos pais observar se o aprendizado de seu filho segue o compasso proposto pela escola, sem entraves. Pelo menos, sem entraves constantes.
Caso a criança tenha que se esforçar por demais para aprender o conteúdo formal da escola, caso despenda um tempo inapropriado para a realização de suas tarefas e estudo diário, bem como outras dinâmicas inadequadas, é preciso uma postura mais realista por parte dos pais, pois as consequências de uma aprendizagem aos tropeções são desastrosas.
Diz-se popularmente, que devemos sempre olhar a parte cheia do copo. Acrescento que devemos olhar a parte vazia também. Olhar o copo como um todo é mais realista, não leva a conclusões enganosas.
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Quando introduzir a criança ao mundo da leitura em 4 partes
A incerteza - Parte I
Muitos pais têm dúvidas sobre qual é o momento correto para que seu filho inicie seu aprendizado no mundo das letras. Aos 6 anos? Aos 5... 4? Antes ainda?... Essa incerteza é aceitável e mesmo, louvável, pois indica preocupação com a Educação formal.
Até as instituições escolares também apresentam a mesma preocupação, apesar de contarem com especialistas em Educação. No caso das escolas, a dúvida pode e deve ser tirada com base no desenvolvimento infantil. Para isso é preciso se recorrer ao que dizem os peritos dessa área. É fundamental que a escola trace diretrizes para o processo de alfabetização, alicerçadas numa filosofia pedagógica clara e estruturada, pois é de sua responsabilidade o ato de alfabetizar na hora certa. Escolas são instituições que devem vivenciar o respeito às crianças em seu desenvolvimento. Escolas não existem para atender aos anseios de uma sociedade intimidadora.
Contato com a escrita- Parte II
Contato com a escrita- Parte II
Atualmente, as escolas têm liberdade para escolher em que momento da vida infantil se dará o processo da alfabetização. Por causa dessa liberdade há que se ter cuidado. Hoje é comum se ouvir das instituições escolares a expressão “contato com a escrita”. Essa ideia deve sustentar:
· Manuseio de livros e revistas infantis pela criança.
· Leitura para as crianças, de contos, fábulas, quadrinhas...
· Apresentação, sem cobrança, de nomes usuais no ambiente escolar, como “Cantina”, “Biblioteca”, “Diretoria”...
· Apresentação do seu próprio nome para a criança, e outros do gênero.
A ideia do “contato com a escrita” não deve incluir iniciação precoce à alfabetização, pois em todas as situações de aprendizagem fora de época ocorrem fracassos que têm como consequência a aversão àquilo que se apresentar para aprender. No caso da leitura e escrita, o dano é imenso.
Reflexões... - Parte III
A leitura e a escrita é um processo puramente sociocultural, que requer a intermediação de pessoas capacitadas para que ocorra satisfatoriamente.
Já o desenvolvimento físico, sensorial, visual, motor, auditivo, emocional, sofre influências do meio, porém tem seu curso de acordo com a natureza de cada um, apesar de fazermos parte da mesma espécie.
Levando-se em consideração os dois aspectos expostos, o que é mais prudente quando iniciamos crianças no processo da alfabetização: alicerçar o aprendizado com base no desenvolvimento natural dos seres humanos ou valer-se da estimulação precoce a fim de se alcançar um objetivo predeterminado?
Em tempo! Ser prudente é agir com cuidado, evitando problemas.
Lar, doce lar! - Parte IV
Lembrar sempre e sempre que ler costumeiramente para seu filho é atitude certeira para prepará-lo para a alfabetização. Além de contribuir enormemente para fortificar os laços afetivos e o hábito da conversa e como se isso já não fosse suficientemente bom, essa atitude deixará as mais gratas lembranças na vida de ambos, pais e filhos.
Situações de Aprendizagem
Qual criança, jovem ou mesmo adulto não se depara com ocasiões na qual precisa aprender algo, mas não consegue?
Ou a situação exige um esforço tão grande, que o ponto final para a aflição acaba sendo a desistência.
Esta cena não é rara na vida de muitas pessoas e a frequência com que ocorre pode levar à baixa auto-estima.
As situações de aprendizagem são diferentes na vida das pessoas. Há aquelas situações para as quais não se carrega nenhum conhecimento formal prévio. O raciocínio, então, recorre às estruturas de aprendizagem construídas com primeiras experiências de vida. Porém, esse caminho é pautado pela tentativa e erro. Crianças pequenas percorrem esse trajeto, que é fundamental e importante na criação de experiências. A ação de tentar/errar usada para a resolução de um problema leva à aprendizagem? Sim, caso haja sucesso e se todo o mecanismo utilizado passar a fazer parte dos conhecimentos, então adquiridos. Mas pode não levar à aprendizagem, se houver fracasso na tentativa e o processo não for compreendido pela pessoa.
Já, quando as experiências acumuladas podem servir de parâmetro para a resolução de problemas, um rol de hipóteses é levantado e as informações consolidadas ou próximas a eles são resgatadas. Esse mecanismo interno promove uma desacomodação dos conhecimentos até então adquiridos, pois as estruturas passam a ser realimentadas. Uma vez consolidado o novo conhecimento, há uma acomodação dos esquemas de aprendizagem.
Desde o nascimento, há um processo de aprendizagem, pois a criança procura organizar a realidade em que vive utilizando estruturas lógicas do pensamento. A experiência de viver é base para o desenvolvimento.
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