E os que são geniais, brilhantes,
talentosos, argutos?...
Atualmente,
há uma preocupação acentuada em relação a crianças que apresentam dificuldades
no aprendizado. Tem sido o cerne das práticas educativas nas escolas,
provavelmente, advindas da inquietação de se constatar que há crianças com
dificuldades para aprender e não são poucas. Dados alarmantes sobre as médias
obtidas por nossos estudantes nas diversas áreas do conhecimento também
fomentam a preocupação. Essa situação leva todos os envolvidos na Educação a pensarem
estratégias educativas cujo objetivo é proporcionar mecanismos facilitadores do
aprendizado para assim atingir os que precisam de reforços ou mais empenho para
aprender. Acaba-se concluindo que ao se alcançar a criança que tem dificuldade
para aprender, então estaria tudo bem, todos estariam aprendendo.
Porém,
o âmago dessa prática revela duas direções. A primeira é que está se tomando
como base para os objetivos educacionais as crianças com dificuldades de
aprendizado. Isto em si traz prejuízos para todos, inclusive para quem
apresenta alguma dificuldade para aprender. Nessa didática os desafios são
deixados de lado e tudo fica desinteressante. Quem, de antemão, considera que o
outro não é capaz de aprender, oferecerá a ele somente facilidades e o estará fadando
ao não desenvolvimento de habilidades. Os demais ficam sob essa ótica e assim seguem,
massificados.
A
segunda direção dessa prática é que despreza crianças que apresentam facilidade
(às vezes muita facilidade) para aprender. Essas são as crianças que realmente,
são deixadas de lado na sala de aula. Contam com o sorriso e aprovação pessoal
do professor, diariamente, para alegria delas. Contudo, nenhum desafio lhes é
proposto nem a escola procura conhecer quais são seus interesses. Praticamente,
não há nenhuma ação na escola direcionada a atender crianças que apresentam
facilidade no aprendizado. Essas crianças existem e precisam ser atendidas em
seu anseio por saber.
Para
pais e escola é essencial saber lidar com crianças que aprendem com facilidade
em dois aspectos da vida delas; o social e o educacional. No meio social e
familiar devem ser tratadas como qualquer criança, pois a maturidade acompanha
as experiências de vida, vem com o tempo. Sendo assim, crianças inteligentes
têm um percurso de vida em seu desenvolvimento tanto quanto qualquer outra
criança. Além disso, não é recomendável que sejam tratadas diferentemente. Se
isso ocorrer elas se sentirão diferentes e poderão se retrair. Também não é recomendável
que seja “pulado” um ou outro ano escolar com a finalidade de se “adiantarem”,
justamente pela questão do desenvolvimento emocional que deve acompanhar o
curso do crescimento natural. O ambiente social é salutar para todos. Então,
ter grupos de amigos, ir a festas, fazer viagens, tudo isso é muito importante.
Essencial é inteirar-se de suas preferências, de suas curiosidades, ter um
ambiente estimulante para o conhecimento, com acesso a livros, a cursos, a
materiais diversos, à musicalidade, à Arte, ao esporte. Participação em
olimpíadas do conhecimento é interessante e abre caminhos para novos
aprendizados.
Você
pode ter chegado a observar que esses procedimentos são bons para toda criança
e tem razão. Mas chamo a atenção para as crianças que têm facilidade (às vezes
muita facilidade) para aprender e para elas quase nada é oferecido além dos elogios
verbais e isso tanto na escola como no lar.
Se
seu filho tem altas habilidades não se contente com a nota que já está
garantida mesmo. Ele precisa de desafios e ficará contente em participar de
processos que lhe enriqueçam o conhecimento. Mantenha conversação de coisas do
dia a dia com ele, responda as perguntas que ele sempre faz, procure perceber
quais são os interesses dele, faça passeios interessantes e inscreva-o em
concursos do conhecimento.
“Pessoas são como as flores
Você pode cuidar de todas as tuas flores
Oferecendo sempre a mesma água todos os dias
Porque não é exatamente o que você faz
Que às deixará felizes
Mas o tempo que você se dedica a elas...”
Augusto Branco
E os que são geniais, brilhantes,
talentosos, argutos?...
Atualmente, há uma preocupação acentuada em relação a crianças que apresentam dificuldades no aprendizado. Tem sido o cerne das práticas educativas nas escolas, provavelmente, advindas da inquietação de se constatar que há crianças com dificuldades para aprender e não são poucas. Dados alarmantes sobre as médias obtidas por nossos estudantes nas diversas áreas do conhecimento também fomentam a preocupação. Essa situação leva todos os envolvidos na Educação a pensarem estratégias educativas cujo objetivo é proporcionar mecanismos facilitadores do aprendizado para assim atingir os que precisam de reforços ou mais empenho para aprender. Acaba-se concluindo que ao se alcançar a criança que tem dificuldade para aprender, então estaria tudo bem, todos estariam aprendendo.
Você pode cuidar de todas as tuas flores
Oferecendo sempre a mesma água todos os dias
Porque não é exatamente o que você faz
Que às deixará felizes
Mas o tempo que você se dedica a elas...”
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Problemas de aprendizagem - TDAH
Essa
disfunção tem como consequência algumas alterações comportamentais, como a
impulsividade, dificuldade em manter a atenção, dificuldade em se planejar,
entre outras.
Crianças
portadoras do transtorno do déficit de atenção, com ou sem hiperatividade, não
são todas iguais; existe uma graduação e o comportamento varia em função disso.
Não
existe exame laboratorial para essa condição neurológica. O diagnóstico deve
ser feito somente por médico neurologista ou psiquiatra, por meio de exames
avaliatórios. Um aspecto importante que deve ser descartado é o exame auditivo, pois crianças que
apresentam algum problema na audição podem ser tidas como desatentas. E, a
avaliação dos professores também é importante para se chegar ao diagnóstico.
Vê-se
então, a importância do uso de critérios bem estabelecidos para uma conclusão
acertada sobre essa condição, pois não é raro que meninos sejam tidos como
portadores de TDAH mais do que meninas. Mas é preciso levar-se em conta que há
uma diferença comportamental e natural entre meninos e meninas. Meninos tendem
a ser mais impulsivos e agressivos do que meninas o que às vezes leva pais e
professores a tirarem conclusões precipitadas.
Quando
os problemas para aprender estão ligados à desatenção e à agitação é momento
para uma investigação e para o início de um tratamento que em geral inclui
medicação, mas nem sempre, juntamente com atendimento com profissionais como
psicopedagogos ou psicólogos, cujo trabalho é o de ensinar a criança a se
reorganizar.
A
boa notícia é que os portadores dessa síndrome melhoram com o amadurecimento, dentro
do quadro do transtorno, isto é, se comparados a eles próprios. Por esse mesmo
motivo o acompanhamento com profissionais da área da Saúde e da Educação, são
fundamentais.
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As primeiras aprendizagens
É em função do corpo que se conhece o entorno...
Quem diria... logo ao nascer, o bebê já começa a trilhar seu caminho de aprendizagens. De acordo com Piaget, os mecanismos do conhecimento não são inatos apesar do caráter hereditário da inteligência.
Os mecanismos vão sendo construídos em combinação com as experiências e manipulações do meio. Para exemplificar, podemos apontar o ato da sucção do bebê ao ser amamentado. Nele, encontram-se os mecanismos das aprendizagens iniciais. Cabe, então, atenção às primeiras relações de vínculo com o bebê, esteja ele sendo amamentado no peito ou por mamadeira, pois nessa etapa do desenvolvimento, já ocorre aprendizagem no sentido amplo.
É a experiência cumprindo sua função relevante de colaborar para a construção dos esquemas de ação que atingirão seus objetivos mediante o corpo. É em função do corpo que se conhece o entorno, se fala, se corre, se manipula objetos, se escreve... é com o corpo que se aprende. Os processos envolvidos na aprendizagem são favorecidos ou entorpecidos pelas condições do corpo.
Apesar do meio ter importância com sua rede de comunicações, não é somente ele o fator determinante na dinâmica da aprendizagem, pois há uma aventura pessoal envolvida no processo, um campo único de ação. Os estímulos presentes no meio, com sua gama de diversificação proporcionam experiências que são individuais. A aprendizagem ocorre nesse campo de ação, que deve ser cuidado, pois será explorado por aqueles que nele se aventuram em seus primeiros ensaios para a vida.
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O corpo aprende - Aprendo, logo, tenho um corpo.
As condições do corpo estabelecem um modelo único...
Quando se afirma que aprendemos pelo corpo, muitos podem se lembrar dos cinco sentidos e por causa disso, considerarem válida a afirmação. Porém, a declaração vai além dessa noção, que é correta, mas insuficiente, ao se falar sobre aprendizagem.
Vamos entender o corpo como um organismo que em sua funcionalidade e anatomia garante que os mecanismos para a aprendizagem possam se estabelecer, se desenvolver e consolidar conhecimentos. As condições do corpo estabelecem um modelo único de relações com o meio ambiente e de relações sociais.
Portanto, a atenção ao funcionamento do corpo daqueles que estão sob os nossos cuidados, é imprescindível, pois às vezes um determinado comportamento apresentado por uma criança ou jovem pode levar a enganos na interpretação. Crianças e jovens que se isolam podem estar passando por problemas de audição e nesse caso, a relação que desenvolvem com a aprendizagem, é distorcida. Problemas glandulares podem causar sonolência, desatenção, mas se não forem constatados, levam à enganosas interpretações de conduta, como falta de interesse pela escola e nas relações familiares.
O organismo sadio tende sempre a um equilíbrio o que resulta em modificações espontâneas para se ajustar às novas aprendizagens que se apresentam.
Impossível falar do organismo em seu funcionamento, sem falar em alimentação. Estados de contínua carência alimentar causam profundos problemas para aprender, pois abarcam o funcionamento corporal como um todo.
Um problema de aprendizagem pode ser um sintoma, um sinal de que algo precisa ser investigado.
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